Muitos sabem que Israel é um dos mais importantes polos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo. O pequeno país vem se mostrando gigante na capacidade de solucionar problemas globais. Hoje, contribui fortemente no desenvolvimento de softwares, em comunicações, entre outras áreas.

Além de empresas como Waze, WeWork e Wix, que foram criadas lá, o ecossistema empreendedor israelense é rico em deeptechs, ou seja, startups que desenvolvem tecnologia de ponta em busca de soluções revolucionárias. Exemplos disso são: a Orasis Pharmaceuticals, que desenvolveu um colírio que corrige sua visão por 8 horas, o que acaba com a necessidade se usar óculos ou lentes de contatos; e a Utilis, que identifica vazamentos de água limpa no caminho até as casas – o que, no Brasil, é responsável pela perda de cerca de 37% da produção de água tratada.

Israel conseguiu dobrar sua população em 30 (trinta) anos, aumentar seu PIB em 400% (quatrocentos por cento), suas reservas em moeda estrangeira em 3% (três por cento) e, ao mesmo tempo, reduzir a dívida pública em 76% (setenta e seis por cento). No ranking mundial de competitividade, o país figura na 21ª (vigésima primeira) posição, à frente de economias como Japão, França e Coréia do Sul.

E, diante de todo sucesso, muitos se perguntam: como Israel tornou-se referência em alta tecnologia para o mundo inteiro? A resposta a essa questão pode estar na combinação de três fatores: educação, exército e cultura.

A educação do país é altamente incentivada. É o país com maior porcentagem do PIB destinada à pesquisa e desenvolvimento do mundo, além de possuir o maior número de pesquisadores por trabalhador: 17 em casa 1000. Esse incentivo tem influência direta na economia, tendo em vista que a indústria tecnológica é a mais representativa do país, impulsionada por patentes e constantes novas descobertas.

Por outro lado, o serviço militar, obrigatório para homens e mulheres, é bastante diferente do que o senso comum faz acreditar aqui no Brasil. A maioria dos esforços no serviço militar israelense é concentrada em serviços de inteligência, espionagem, drones, ou seja, tecnologia. Contando com excelente fonte de financiamento governamental para com um corpo militar cada vez mais qualificado, é de onde surgem inovações para todo o planeta.

E, ao possuir um serviço militar que engloba o conjunto da sociedade em torno de resultados revolucionários para o mundo, isso gera consequentemente uma transformação da cultura do país. O espírito de trabalho em equipe, necessidade da autodisciplina e da busca por avanço social é algo presente na cultura popular desde o berço. Isso incentivado ao longo de diferentes gerações torna a ideologia de um país algo humanamente superior.

Essa combinação entre exército como um polo inovador, muito incentivo à pesquisa e à ciência, e uma cultura voltada a resultados, gera energia criativa. Por sua vez, isso é o combustível que impulsiona a geração de novos negócios em Israel, e foi o que possibilitou a estruturação de um país inteiro em apenas 72 anos.

E nada disso seria possível com uma visão autocentrada diante de um mundo altamente globalizado e competitivo. Israel cresceu, mas não somente para seu próprio sustento e desenvolvimento, mas sim para ser um polo tecnológico para o restante do mundo. Dessa forma, além de ser grande referência em tecnologia, também consegue ser grande referência em valores sociais e culturais.